domingo, 23 de outubro de 2011




Língua domeu Amor velosa e doce,
que me convences de que sou frase,
que me contornas , que me vestes quase ,
como o se o corpomeu de ti vindo me fosse.
Língua que me cativas , que me enleias
os surtos de ave estranha, em linhas
longas de invisíveis teias , de que és , há tanto , habilidosa aranha ...
[...]
Amo-te as sugestões gloriosas e funestas ,
amot-e como todos te amam , ó língua-lama ,
ó língua-resplendor, pela carne de som
que à ideia emprestas e pelas frases mudas
que proferes nos silêncios do Amor.